sábado, 27 de janeiro de 2018

Os sete trovões

A partir de Apocalipse 10: 3-4 entraremos na magia das revelações concernentes aos últimos poucos meses literais da História da humanidade. Observemos, a seguir, a primeira relação marcante de Apocalipse 10 com o Epílogo de Daniel 12: um inesperado selamento da mensagem:
E (Jesus) bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram os sete trovões as suas próprias vozes. Logo que falaram os sete trovões, eu ia escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram, e não as escrevas.” Parêntese e negritos acrescentados.
Uma ordem para manter em segredo algo que acabava de ser incluída no livro das revelações, não é comum nas Escrituras do Apocalipse e a razão para isso é, simplesmente, porque se trata de uma mensagem específica para a última geração, quando esta estaria vivendo nos últimos poucos meses de sua história.
Mas se as vozes dos sete trovões não foram reveladas para os que nos antecederam, como decifrá-las, agora? O meio mais produtivo será comparar os próximos versos de Apocalipse 10, mantidos na obscuridade, com o epílogo de Daniel, destinado a esclarecê-los. Estes dois capítulos são complementares e numa análise conjunta de suas inter-relações obteremos a resposta que procuramos.
Após essas considerações ficará fácil perceber a íntima relação do Epílogo de Daniel com os sete trovões do Apocalipse. Comecemos comparando a passagem de Apocalipse 10: 5-6, com Daniel 12: 5-7:
Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: já não haverá demora” - Apocalipse 10: 5-6.
Este juramento de Jesus, ligado gramaticalmente com os sete trovões pela palavra “então”, relaciona o segredo dos sete trovões com o breve tempo necessário para a Sua Segunda Vinda: “já não haverá demora”.
Estamos tratando, portanto, de uma mensagem referente ao tempo do segundo advento do nosso Redentor, mantida oculta por muitos séculos.
Notemos, agora, como os primeiros três versos do Epílogo de Daniel 12 se alinham com este juramento de Jesus que relaciona os sete trovões com a mensagem do tempo do Seu segundo advento, acrescentando informações:
“Então eu, Daniel, olhei e eis que estavam em pé outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro. Um deles disse ao homem vestido de linho que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas maravilhas? (Ressurreição especial, e a glorificação dos justos vivos, citadas nos três primeiros versos de Daniel 12) – Ouvi o homem vestido de linho (que é Jesus, conforme Daniel 10: 5-6), que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a esquerda ao céu e jurou por aquele que vive eternamente que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas todas se cumprirão”. Daniel 12: 5-7. Parênteses e negrito acrescentados.
Podemos perceber que os cenários destes dois juramentos são semelhantes. Só que para Daniel era o rio Tigre que estava diante de seus olhos e, no caso de João, era o mar.
Em Daniel, no entanto, aparecem dois personagens divinos para explicar a profecia mantida em segredo no Apocalipse. Percebamos que numa profecia Jesus diz que já não haveria demora, e na outra este tempo começa a ser definido. O básico é que as duas visões estão sincronizadas uma com a outra, conforme sugere a leitura conjunta destes dois textos.
O termo “já não haverá demora”, em Apocalipse 10, portanto, deverá corresponder a um pequeno período de tempo a ser transcorrido após a queda do papado (depois de um tempo, dois tempos e metade de um tempo, citado em Daniel 7: 25 e concluído em 1798) e, bem mais especificamente, após o início da segunda supremacia papal, quando a cura da ferida mortal do papado, profetizada em Apocalipse 13: 3, tiver se concretizado, voltando as emissões de  decretos que iniciarão perseguições semelhantes àquelas da Idade Média.
Por isso entendemos que a quarta visão do Apocalipse deve começar com os decretos papais, porque nesta ocasião, o poder do povo de Deus que foi separado para esclarecer as últimas profecias, será removido novamente, por força de lei. Isto porque a sua mensagem deverá incluir o anúncio das segunda e terceira mensagens angélicas de Apocalipse 14 que tratam da queda do poder papal dominante e revelam a destruição iminente de seus seguidores.
Não sabemos, ainda, a duração desse período de tempo – obviamente relacionado com os sete trovões. Apenas sabemos que será curto, devido às palavras de Jesus: “já não haverá demora”.
O Epílogo, no entanto, nos revela, detalhadamente, a amplitude desta pouca demora. Antes, porém, ele trata da confusão mental vivida pelo profeta e descrita em Daniel 12: 8-10:
“Eu ouvi, porém, não entendi; então eu disse: meu Senhor, qual será o fim destas coisas”?
No verso nove Jesus lhe responde:
“Vai, Daniel, porque estas palavras estão encerradas e seladas até ao tempo do fim”.
E, no verso dez, o profeta reportando-se ao tempo exclusivo do fim, diz:
Muitos serão purificados, embranquecidos e provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá, mas os sábios (os que ainda resplandecerão como o fulgor do firmamento, conforme Daniel 12: 3) entenderão”. Parêntese meu. 
Mas, quando, efetivamente, os sábios entenderiam?
Os sete trovões, que representam os sete últimos decretos que definirão o início, o meio e o fim do tempo de angústia prévio à Segunda Vinda de Jesus, seriam entendidos pelos sábios de nossa geração, pouco antes de sua ocorrência. Ver Amós 3: 7.
Por isso não havia razão para Daniel, nem para todos os que nos antecederam, depois dele, entender uma verdade específica para o nosso tempo.
E, também, obviamente, porque se trata de uma interação judaico-cristã que somente poderia ocorrer neste tempo terminal, ligando as trombetas às pragas, quando então seria possível de ser entendida pelos sinceros estudiosos da Bíblia.
 Permaneceu, ainda, sem resposta, a pergunta feita pelo anjo, em Daniel 12: 6:
Quando se cumprirão essas maravilhas”?
 Quanto tempo haverá até à glorificação dos justos vivos e até à ressurreição parcial dos mortos? Questões essas repetidas em Daniel 12: 8:
“Qual será o fim destas coisas”?
A preciosa resposta a estas importantíssimas perguntas, contudo, foi liberada pelo Senhor dos Exércitos em Daniel 12: 11, contendo, certamente o verdadeiro desfecho das profecias do tempo do fim e a consumação definitiva dos períodos proféticos:
“Depois do tempo em que o sacrifício diário for tirado e posta a abominação desoladora haverá ainda mil duzentos e noventa dias”.
Ora, se em Daniel 11: 31 a retirada do sacrifício diário e o estabelecimento da abominação desoladora significou o início da dominação absoluta de Roma papal, a partir de 538 d. C., quando os seus dogmas passaram a ser obrigados pelos poderes políticos, fato este de consenso entre os cristãos remanescentes, a sua repetição em Daniel 12: 11, no contexto específico do final dos tempos, só pode indicar a recuperação deste mesmo poder perseguidor, quando, por sua influência, seriam impostos por lei os mesmos dogmas, desautorizando os mandamentos entregues pelo Senhor a Moisés no Monte Sinai, conforme Êxodo 20.
Daniel 12: 11, portanto, não só trata da recuperação da ferida mortal sofrida pela besta medieval, o que foi profetizado em Apocalipse 13: 3, informando também que essa besta ressurgiria para tentar impedir a Igreja Triunfante de concluir sua obra, o que daria início à contagem regressiva dos últimos quarenta e três meses da Terra, ou seja, 1290 dias literais.
Não estamos tratando, todavia, de definir o dia nem a hora do retorno de Jesus. Nada nos impede, contudo, de chegarmos ao último mês e mesmo à véspera de Sua vinda, à ressurreição parcial dos mortos prevista em Daniel 12: 2.
Por outro lado, ignorar estes fatos pode ser um erro tão fatal como foi para os antediluvianos ignorar o tempo do dilúvio.
A restauração da besta medieval, apresentada em Apocalipse 13: 2-8 trará, indubitavelmente, a opressão, visando amordaçar o povo de Deus para que não denuncie o seu trágico fim por meio da terceira mensagem angélica de Apocalipse 14.
 Daí a necessidade da renovação do concerto de Deus com os judeus, para surpreender mais uma vez as artimanhas do Maligno. Só que agora, para o nosso consolo e encorajamento, Jesus jura, solenemente, que “já não haverá demora” – que o tempo de angústia estará limitado em apenas mil duzentos e noventa dias literais, ou quarenta e três meses, a serem contados a partir do estabelecimento dos dogmas papais. Sim, Jesus jura que desta vez não haverá demora!
Seu juramento é providencial para quebrar o paradigma que tem envolvido a Igreja Cristã a respeito do tempo de Seu retorno:
“Daquele dia e hora ninguém sabe” - Mateus 24: 36.
Esta ênfase provida por Jesus é extremamente necessária ao remanescente fiel, conforme lemos em Hebreus 6: 17:
“Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu propósito, Se interpôs com juramento.”
Assim, tendo em consideração as palavras de Amós 3:7:
“Certamente, o Senhor Deus não fará coisa alguma, sem primeiro revelar os Seus segredos aos Seus servos, os profetas”, podemos esperar, com confiança, uma clara indicação para o tempo da Segunda Vinda de Jesus.
Retomando o nosso raciocínio sobre a linha do tempo profético, registrada em Daniel 12: 11, percebemos que ela é paralela com a de Apocalipse 13: 5, que também trata da recuperação da besta ferida de morte em 1798:
“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias e blasfêmias e autoridade para agir 42 meses”.
Explicaremos a diferença dos trinta dias entre os dois períodos, no final desta exposição.
Como estamos admitindo, tacitamente, novas linhas futuras de tempo que, por decreto do Altíssimo, escapariam à compreensão dos que nos antecederam, e que, por conseguinte, não têm sido defendidas pela Igreja de Laodiceia, fazemos nossas as palavras de Paulo em 1 Tessalonicenses 5:  1-21:
“... relativamente aos tempos e às épocas... vos rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós... e que os tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam... Não apagueis o Espírito. Não desprezeis profecias; julgai todas as coisas, retendo o que é bom”.
Nosso objetivo é de apenas dar um segundo sentido, mais atualizado, ao epílogo de Daniel 12, conforme é requerido pela profecia ora em discussão.
Esclarecimento feito, prossigamos com o nosso estudo. Se a Bíblia nos oferece em Daniel 12: 11 o marco de início para a segunda supremacia papal: surgimento de decretos políticos à favor dos dogmas papais, permitindo a contagem regressiva para os últimos eventos da Terra que nos levarão até à véspera da grande consumação, Daniel 12: 12, por outro lado, nos ajuda a demarcar o final desta linha profética, igualmente importante para a definição dos sete trovões:
“Bem aventurado o que espera e chega até 1335 dias”.
Olhando para o futuro, este bem aventurado momento só poderá ser distinguido quando será ouvida a voz de Deus, proclamando ‘Feito está’, em Apocalipse 16: 17-19:
“Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo ar; e saiu grande voz do Santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto forte e grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do furor da Sua ira”.
Estas palavras que trarão a queda do poder opressor, estarão em sintonia com a glorificação dos justos vivos (citada em Daniel 12: 3), os quais sentir-se-ão, neste momento de libertação das prisões e do decreto de morte, extremamente felizes e bem aventurados.
Os semblantes desfigurados dos justos serão então iluminados pela glória de Deus e os ímpios que os procuravam matar, ao verem sua glória perceberão que foram enganados pelos seus líderes e voltarão suas armas destruidoras contra eles.
Cumprir-se-á, também, nesta ocasião a passagem de Daniel 12: 2, quando sepulturas serão abertas e “muitos dos que dormem no pó da terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e desprezo eterno”.
No contexto imediato dos sete trovões, após as palavras de Jesus: “Já não haverá demora”, será revelado, finalmente, o grande segredo de Deus, isto é, o dia e a hora da vinda de Jesus, conforme está escrito em Apocalipse 10: 7:
“... nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus, segundo Ele anunciou aos seus servos, os profetas”.

Tendo definido, portanto, este bem aventurado momento para os justos, bastará voltar mil trezentos e trinta e cinco dias, para chegarmos ao início de todo o processo contido nas palavras de Jesus: “Já não haverá demora”. Então removeremos o vago das Suas palavras e poderemos identificar, facilmente, os sete trovões.

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