A partir
de Apocalipse 10: 3-4 entraremos na magia das revelações concernentes aos
últimos poucos meses literais da História da humanidade. Observemos, a seguir,
a primeira relação marcante de Apocalipse 10 com o Epílogo de Daniel 12: um
inesperado selamento da mensagem:
“E (Jesus) bradou em grande voz, como ruge um leão, e, quando bradou, desferiram
os sete trovões as suas próprias vozes. Logo que falaram os sete trovões, eu ia
escrever, mas ouvi uma voz do céu, dizendo: guarda em segredo as coisas que os sete trovões falaram, e não as
escrevas.” Parêntese e negritos acrescentados.
Uma
ordem para manter em segredo algo que acabava de ser incluída no livro das
revelações, não é comum nas Escrituras do Apocalipse e a razão para isso é,
simplesmente, porque se trata de uma mensagem específica para a última geração,
quando esta estaria vivendo nos últimos poucos meses de sua história.
Mas se
as vozes dos sete trovões não foram reveladas para os que nos antecederam, como
decifrá-las, agora? O meio mais produtivo será comparar os próximos versos de
Apocalipse 10, mantidos na obscuridade, com o epílogo de Daniel, destinado a
esclarecê-los. Estes dois capítulos são complementares e numa análise conjunta
de suas inter-relações obteremos a resposta que procuramos.
Após
essas considerações ficará fácil perceber a íntima relação do Epílogo de Daniel
com os sete trovões do Apocalipse. Comecemos comparando a passagem de
Apocalipse 10: 5-6, com Daniel 12: 5-7:
“Então, o anjo que vi em pé sobre o mar e
sobre a terra levantou a mão direita para o céu e jurou por aquele que vive pelos séculos dos séculos, o mesmo que
criou o céu, a terra, o mar e tudo quanto neles existe: já não haverá demora” - Apocalipse 10: 5-6.
Este
juramento de Jesus, ligado gramaticalmente com os sete trovões pela palavra “então”, relaciona o segredo dos sete
trovões com o breve tempo necessário para a Sua Segunda Vinda: “já não haverá demora”.
Estamos
tratando, portanto, de uma mensagem referente ao tempo do segundo advento do
nosso Redentor, mantida oculta por muitos séculos.
Notemos,
agora, como os primeiros três versos do Epílogo de Daniel 12 se alinham com
este juramento de Jesus que relaciona os sete trovões com a mensagem do tempo
do Seu segundo advento, acrescentando informações:
“Então eu, Daniel, olhei e eis que estavam em pé
outros dois, um, de um lado do rio, o outro, do outro. Um deles disse ao homem
vestido de linho que estava sobre as águas do rio: Quando se cumprirão estas
maravilhas? (Ressurreição
especial, e a glorificação dos justos vivos, citadas nos três primeiros versos
de Daniel 12) – Ouvi o homem vestido de
linho (que é Jesus, conforme Daniel 10: 5-6), que estava sobre as águas do rio, quando levantou a mão direita e a
esquerda ao céu e jurou por aquele
que vive eternamente que isso seria depois de um tempo, dois tempos e metade de
um tempo. E, quando se acabar a destruição do poder do povo santo, estas coisas
todas se cumprirão”. Daniel 12: 5-7. Parênteses e negrito acrescentados.
Podemos
perceber que os cenários destes dois juramentos são semelhantes. Só que para
Daniel era o rio Tigre que estava diante de seus olhos e, no caso de João, era
o mar.
Em
Daniel, no entanto, aparecem dois personagens divinos para explicar a profecia
mantida em segredo no Apocalipse. Percebamos que numa profecia Jesus diz que já
não haveria demora, e na outra este tempo começa a ser definido. O básico é que
as duas visões estão sincronizadas uma com a outra, conforme sugere a leitura
conjunta destes dois textos.
O termo “já não haverá demora”, em Apocalipse
10, portanto, deverá corresponder a um pequeno período de tempo a ser
transcorrido após a queda do papado (depois de um tempo, dois tempos e metade
de um tempo, citado em Daniel 7: 25 e concluído em 1798) e, bem mais
especificamente, após o início da segunda supremacia papal, quando a cura da
ferida mortal do papado, profetizada em Apocalipse 13: 3, tiver se
concretizado, voltando as emissões de
decretos que iniciarão perseguições semelhantes àquelas da Idade Média.
Por isso
entendemos que a quarta visão do Apocalipse deve começar com os decretos
papais, porque nesta ocasião, o poder do povo de Deus que foi separado para
esclarecer as últimas profecias, será removido novamente, por força de lei.
Isto porque a sua mensagem deverá incluir o anúncio das segunda e terceira
mensagens angélicas de Apocalipse 14 que tratam da queda do poder papal dominante e
revelam a destruição iminente de seus seguidores.
Não
sabemos, ainda, a duração desse período de tempo – obviamente relacionado com
os sete trovões. Apenas sabemos que será curto, devido às palavras de Jesus: “já não haverá demora”.
O
Epílogo, no entanto, nos revela, detalhadamente, a amplitude desta pouca
demora. Antes, porém, ele trata da confusão mental vivida pelo profeta e
descrita em Daniel 12: 8-10:
“Eu ouvi, porém, não entendi; então eu disse:
meu Senhor, qual será o fim destas coisas”?
No verso
nove Jesus lhe responde:
“Vai, Daniel, porque estas palavras estão
encerradas e seladas até ao tempo do fim”.
E, no
verso dez, o profeta reportando-se ao tempo exclusivo do fim, diz:
“Muitos serão purificados, embranquecidos e
provados; mas os perversos procederão perversamente, e nenhum deles entenderá,
mas os sábios (os que ainda resplandecerão como o fulgor do firmamento,
conforme Daniel 12: 3) entenderão”. Parêntese
meu.
Mas,
quando, efetivamente, os sábios entenderiam?
Os sete
trovões, que representam os sete últimos decretos que definirão o início, o
meio e o fim do tempo de angústia prévio à Segunda Vinda de Jesus, seriam
entendidos pelos sábios de nossa geração, pouco antes de sua ocorrência. Ver Amós 3: 7.
Por isso
não havia razão para Daniel, nem para todos os que nos antecederam, depois
dele, entender uma verdade específica para o nosso tempo.
E,
também, obviamente, porque se trata de uma interação judaico-cristã que somente poderia ocorrer neste tempo terminal, ligando as trombetas às pragas, quando então
seria possível de ser entendida pelos sinceros estudiosos da Bíblia.
Permaneceu, ainda, sem resposta, a pergunta
feita pelo anjo, em Daniel 12: 6:
“Quando se cumprirão essas maravilhas”?
Quanto tempo haverá até à glorificação dos
justos vivos e até à ressurreição parcial dos mortos? Questões essas repetidas
em Daniel 12: 8:
“Qual será o fim destas coisas”?
A
preciosa resposta a estas importantíssimas perguntas, contudo, foi liberada
pelo Senhor dos Exércitos em Daniel 12: 11, contendo, certamente o verdadeiro
desfecho das profecias do tempo do fim e a consumação definitiva dos períodos
proféticos:
“Depois do tempo em que o sacrifício diário for
tirado e posta a abominação desoladora haverá ainda mil duzentos e noventa
dias”.
Ora, se
em Daniel 11: 31 a retirada do sacrifício diário e o estabelecimento da
abominação desoladora significou o início da dominação absoluta de Roma papal,
a partir de 538 d. C., quando os seus dogmas passaram a ser obrigados pelos
poderes políticos, fato este de consenso entre os cristãos remanescentes, a sua
repetição em Daniel 12: 11, no contexto específico do final dos tempos, só pode
indicar a recuperação deste mesmo poder perseguidor, quando, por sua
influência, seriam impostos por lei os mesmos dogmas, desautorizando os
mandamentos entregues pelo Senhor a Moisés no Monte Sinai, conforme Êxodo 20.
Daniel
12: 11, portanto, não só trata da recuperação da ferida mortal sofrida pela
besta medieval, o que foi profetizado em Apocalipse 13: 3, informando também
que essa besta ressurgiria para tentar impedir a Igreja Triunfante de concluir
sua obra, o que daria início à contagem regressiva dos últimos quarenta e três
meses da Terra, ou seja, 1290 dias literais.
Não
estamos tratando, todavia, de definir o dia nem a hora do retorno de Jesus.
Nada nos impede, contudo, de chegarmos ao último mês e mesmo à véspera de Sua
vinda, à ressurreição parcial dos mortos prevista em Daniel 12: 2.
Por
outro lado, ignorar estes fatos pode ser um erro tão fatal como foi para os
antediluvianos ignorar o tempo do dilúvio.
A
restauração da besta medieval, apresentada em Apocalipse 13: 2-8 trará,
indubitavelmente, a opressão, visando amordaçar o povo de Deus para que não
denuncie o seu trágico fim por meio da terceira mensagem angélica de Apocalipse
14.
Daí a necessidade da renovação do concerto de
Deus com os judeus, para surpreender mais uma vez as artimanhas do Maligno. Só
que agora, para o nosso consolo e encorajamento, Jesus jura, solenemente, que “já não haverá demora” – que o tempo de
angústia estará limitado em apenas mil duzentos e noventa dias literais, ou
quarenta e três meses, a serem contados a partir do estabelecimento dos dogmas
papais. Sim, Jesus jura que desta vez não haverá demora!
Seu juramento
é providencial para quebrar o paradigma que tem envolvido a Igreja Cristã a
respeito do tempo de Seu retorno:
“Daquele dia e hora ninguém sabe” - Mateus 24: 36.
Esta
ênfase provida por Jesus é extremamente necessária ao remanescente fiel,
conforme lemos em Hebreus 6: 17:
“Deus, quando quis mostrar mais firmemente aos
herdeiros da promessa a imutabilidade do Seu propósito, Se interpôs com
juramento.”
Assim,
tendo em consideração as palavras de Amós 3:7:
“Certamente, o Senhor Deus não fará coisa
alguma, sem primeiro revelar os Seus segredos aos Seus servos, os profetas”, podemos esperar, com confiança, uma clara
indicação para o tempo da Segunda Vinda de Jesus.
Retomando
o nosso raciocínio sobre a linha do tempo profético, registrada em Daniel 12:
11, percebemos que ela é paralela com a de Apocalipse 13: 5, que também trata
da recuperação da besta ferida de morte em 1798:
“Foi-lhe dada uma boca que proferia arrogâncias
e blasfêmias e autoridade para agir 42 meses”.
Explicaremos
a diferença dos trinta dias entre os dois períodos, no final desta exposição.
Como
estamos admitindo, tacitamente, novas linhas futuras de tempo que, por decreto
do Altíssimo, escapariam à compreensão dos que nos antecederam, e que, por
conseguinte, não têm sido defendidas pela Igreja de Laodiceia, fazemos nossas
as palavras de Paulo em 1 Tessalonicenses 5:
1-21:
“... relativamente aos tempos e às épocas... vos
rogamos, irmãos, que acateis com apreço os que trabalham entre vós... e que os
tenhais com amor em máxima consideração, por causa do trabalho que realizam...
Não apagueis o Espírito. Não desprezeis profecias; julgai todas as coisas,
retendo o que é bom”.
Nosso
objetivo é de apenas dar um segundo sentido, mais atualizado, ao epílogo de
Daniel 12, conforme é requerido pela profecia ora em discussão.
Esclarecimento
feito, prossigamos com o nosso estudo. Se a Bíblia nos oferece em Daniel 12: 11
o marco de início para a segunda supremacia papal: surgimento de decretos políticos à favor
dos dogmas papais, permitindo a contagem regressiva para os últimos eventos da
Terra que nos levarão até à véspera da grande consumação, Daniel 12: 12, por
outro lado, nos ajuda a demarcar o final desta linha profética, igualmente
importante para a definição dos sete trovões:
“Bem aventurado o que espera e chega até 1335 dias”.
Olhando
para o futuro, este bem aventurado momento só poderá ser distinguido quando
será ouvida a voz de Deus, proclamando ‘Feito está’, em Apocalipse 16: 17-19:
“Então, derramou o sétimo anjo a sua taça pelo
ar; e saiu grande voz do Santuário, do lado do trono, dizendo: Feito está! E
sobrevieram relâmpagos, vozes e trovões, e ocorreu grande terremoto, como nunca
houve igual desde que há gente sobre a Terra; tal foi o terremoto forte e
grande. E a grande cidade se dividiu em três partes, e caíram as cidades das
nações. E lembrou-se Deus da grande Babilônia para dar-lhe o cálice do vinho do
furor da Sua ira”.
Estas
palavras que trarão a queda do poder opressor, estarão em sintonia com a
glorificação dos justos vivos (citada em Daniel 12: 3), os quais sentir-se-ão,
neste momento de libertação das prisões e do decreto de morte, extremamente
felizes e bem aventurados.
Os
semblantes desfigurados dos justos serão então iluminados pela glória de Deus e
os ímpios que os procuravam matar, ao verem sua glória perceberão que foram
enganados pelos seus líderes e voltarão suas armas destruidoras contra eles.
Cumprir-se-á,
também, nesta ocasião a passagem de Daniel 12: 2, quando sepulturas serão
abertas e “muitos dos que dormem no pó da
terra ressuscitarão, uns para a vida eterna, outros para vergonha e desprezo
eterno”.
No
contexto imediato dos sete trovões, após as palavras de Jesus: “Já não haverá demora”, será revelado,
finalmente, o grande segredo de Deus, isto é, o dia e a hora da vinda de Jesus,
conforme está escrito em Apocalipse 10: 7:
“... nos dias da voz do sétimo anjo, quando ele
estiver para tocar a trombeta, cumprir-se-á, então, o mistério de Deus, segundo
Ele anunciou aos seus servos, os profetas”.
Tendo
definido, portanto, este bem aventurado momento para os justos, bastará voltar
mil trezentos e trinta e cinco dias, para chegarmos ao início de todo o
processo contido nas palavras de Jesus: “Já
não haverá demora”. Então removeremos o vago das Suas palavras e poderemos
identificar, facilmente, os sete trovões.
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